Animal Peçonhento


Capitulo 39



Os Vampiros levaram Elessar e Emka para uma parte da floresta onde havia um intricado labirinto de rochas, pelo menos não haveria lugar para algum adversário se esconder, porque os habitantes do lugar eram gigantes e maiores que as rochas que formava o labirinto. Após se acalmarem e voltar as suas formas humanas, Last e Magno contou a Emka e Elessar onde tinham levado a mamãe Wyrven. Foram até uma montanha longínqua em uma ilha, por isso demoraram em voltar. Depois de ouvir tudo sobre a mamãe Wyrven e seus ovos, Elessar sugeriu que todos descansassem já que não tinham o que comer por ali. sem mais o que fazer os “amigos” aceitaram a sugestão, e cada um se ajeitou como pode para descansar. Emka pediu para ser a primeira a ficar de guarda porque foi a única que havia tirado um cochilo tranquilo. A Elfa subiu na rocha mais alta donde tinha uma boa visão do lugar e vigiou a noite toda, quando amanheceu e o sol chegou causticante como nunca viram na “floresta negra” Emka desceu do seu local privilegiado e foi até os “amigos”. Elessar tinha conseguido algumas raízes e assou para que se alimentassem, para Last não conseguiu nada. 
Emka não quis cear com eles, estava eufórica para encontrar o que pareceu o som de uma fonte que ela ouviu ao descer da rocha. Ela pediu a Elessar e aos outros que se alimentassem sem ela, porque precisava descobrir de onde tinha vindo o som da água, Magno foi contra ela ir sozinha, mas antes que dissesse alguma coisa  para segurá-la, a Elfinha desapareceu com seu arco e sua aljava com flechas. Elessar pediu que os amigos se alimentassem que logo estariam com Emka, porque se ela ouvira o som de cima da rocha que montou guarda, estaria por perto com certeza. Magno se alimentou com os sentidos aguçados caso a elfinha pedisse socorro. 

Após caminhar por entre as rochas Emka encontrou uma nascente muito fininha que corria entre as pedras e despencava no abismo, ela averiguou se não havia perigo por ali percorrendo cerca de duzentos metros de labirinto e estava tudo calmo. Emka usou seu poder do fogo para causar erosão em uma rocha côncava, por onde a água passava, tornando a bacia natural na rocha um pouco mais funda, como uma bacia rasa. Assim que a "bacia" transbordou, Emka despiu-se e usando as mãos em concha molhou o corpo com aquela água fria que a deixava energizada. Emka estava totalmente distraída se refrescando quando ouviu um chiado estranho. Ela pegou seu arco aprontou uma flecha e vagarosamente girava o corpo procurando entre as rochas o que teria causado esse som. Enquanto Emka procurava entre as rochas ouviu “Clac Clanc”... Ela disse. 

- Por Elentari Parece sons de pinças, mas tão alto! O que será.

E se virou rápido e quase caiu sentada ao desequilibrar-se, quando viu andando vagarosamente na direção dela com suas oito patas, abrindo e fechando as pinças e com o seu Télson em riste... (Uma espécie de espinho onde os escorpiões inoculam seu veneno em suas presas) 

Um escorpião do tamanho de um crocodilo. Emka se ajeitou esticou seu arco tremendo, porque os escorpiões são peçonhentos e um daquele tamanho mataria até um elefante. Ela se arrependeu amargamente de haver usado seu poder para criar erosão na rocha. O Escorpião se aproximou de um bote antes que Emka atirasse... Ela caiu para trás indo ao chão, quando tentou se esquivar do bote, só tendo tempo de por o arco na frente do rosto impedindo a poderosa picada... Emka viu as pinças batendo a milímetros do seu rosto e o télson se aproximando...  Como se Elentari houvesse atendido suas orações ela ouviu: 

- MORRA SEU ANIMAL PEÇONHENTO!!

Emka viu em seu desespero uma silhueta com um escudo que bateu no escorpião com algo que parecia uma lança, o escorpião voou para longe com a forte pancada.

- Voce está bem?

Disse a voz estendendo a mão para levantá-la, Emka aceitou a ajuda e levantou-se, mas soltou e se jogou no chão novamente... Tratava-se de um macho! Um macho muito jovem! E a elfinha estava nua... Emka se encolheu e pediu a ele que pegasse suas vestes em cima da rocha, ele entregou, mas não virou de costas, porque estava hipnotizado pela beleza da Elfa.

Emka também não deu o braço a torcer vestiu-se na frente daquele humano sem decência. Ele tinha os cabelos muito lisos, despenteados, com a cabeça enfiada em uma gorra, a barba rala própria dos humanos jovens, ele perguntou novamente. 

- Voce está bem?

- Estou bem sim! Obrigada por me ajudar! 

 Agradeceu a Elfa arrumando os cabelos molhados. Nesse momento ouviram o chiar do escorpião outra vez. O humano desembainhou uma espada que reluziu contra o Sol. Ele empunhando a espada perguntou:

- Tu és uma elfa ou meio elfa?

- Eu sou Elfa! E não existem meios elfos.

- Como não? E os filhos de elfos com outras raças.

- Usará como base a outra raça, não a raça dos elfos.

- Voce é bem convencida!

- Não é convencimento! São fatos! Elfos são seres elementais da natureza, seus filhos com outra raça não serão elementais, então não podem ser considerados elfos, nem meio elfos. Se um dos pais forem humanos como voce sua cria será mestiça prevalecendo a raça humana.

- Ah está bem! PODE VIR SEU MONSTRO! EU ESTOU PRONTO!

Provocou o humano bradando sua espada! O escorpião deu o bote com seu Télson em riste e gotejando. Emka armou seu arco. Ela ainda não sabia se poderia confiar naquele desconhecido, embora ele a tenha defendido, poderia ser um inimigo. Nisso Emka se lembrou de que estava em uma terra de gigantes... O que aquele humano fazia ali? Começou a andar de costas para se afastar dele quando viu que os escorpiões eram quatro... Ela não poderia deixar um ser que a salvou da morte sozinho com quatro escorpiões daquele tamanho, mesmo sem confiar totalmente nele. Emka puxou a flecha, armou seu arco e avisou:

- Cuidado atrás de voce!

Ele virou rápido e bateu com a espada no Télson do escorpião fazendo-o recuar, em seguida pulou para não ser pego pelas pinças, Emka atirou entre os olhos de outro matando-o instantaneamente... O humano olhou para a Elfa  surpreso e pediu:

- Fica atrás de mim!

Mas Emka não era de se proteger atrás de humanos! Ela deu um salto mortal para trás, subindo na rocha mais próxima, pendurou o arco no ombro esticou suas mãos para frente em forma de garras e fogo saíram de seus cinco dedos como dois maçaricos de cinco bicos, com um fogo muito poderoso a Elfa incinerou os três escorpiões que ficaram, e para espanto dela...  Dezenas de filhotes saíram de baixo das rochas com o calor provocado pelo poder da Elfa, Emka gritou para o rapaz:

- Sobe aqui rápido! 

Ele subiu e ela continuou incinerando os filhotes dos escorpiões diante do olhar estupefato do rapaz. Aquela algazarra chamou a atenção dos amigos que vieram ver o que estava acontecendo. Ao ver o humano Last aflorou as presas e lambeu-as...  Depois olhou para o humano com olhos de cheios excitação. Emka pediu:

- Não Last! Ele salvou minha vida.

Magno subiu junto com Emka e ajudou a terminar com os filhotes que eram ligeiros como se tivessem dado corda. Last chegou bem perto do humano e cheirou-o! O humano tremia diante do vampirão com olhos brancos e com as presas afloradas tão junto do seu rosto. Enquanto eles estavam prestando a atenção no balét do Vampiro em volta do humano. Saído não se sabe de onde um Escorpião deu o bote como se tivesse vindo de uma rocha acima deles. O rapaz esqueceu Last e jogou o escudo acertando na têmpora do escorpião e ao mesmo tempo Emka atirou uma flecha no peito dele. O escorpião caiu morto com as pernas encolhidas ao lado de Elessar.

- Excelente pontaria Elfa!

Disse o rapaz com ironia, no mesmo momento em que Last investiu dando um soco bem na boca do estômago do dele... O humano voou para trás com força se esborrachando no chão, sem ar... Os amigos olharam para o Vampirão que observava de braços cruzados e os cabelos ao vento. O Rapaz se levantou puxou o ar e levantou a espada para o alto. Como vindo do nada outro escorpião gigante pulou sobre eles do alto das rochas. Emka correu com a velocidade do som sobre a rocha que estava , deu um salto para trás e enquanto estava no giro atirou uma flecha explosiva no tórax do escorpião que chiou e caiu morto. O rapaz fechou os olhos. Last olhou para o escorpião e fez cara de nojo. O rapaz levantou, guardou a espada, pegou o escudo e ia saindo quando foi barrado por Sunahara que rugiu mostrando as presas e sacudiu a calda lentamente. O Rapaz falou:

Quem são voces? Um vampiro, uma Elfa com poder arcano que têm um tigre indiano de estimação sem contar esse outro elfo ai. O que voce faz? Qual seu poder?

= Voce não vai querer saber! E o tigre não é de estimação é nosso amigo. E voce quem é? O que faz aqui num mundo onde só existem gigantes?

Perguntou Elessar chegando mais perto do rapaz.

- Sou Hanwk! Um Druida, 
e possuo poder sobre os animais peçonhentos. E rastejantes. Eu não queria me identificar, por isso evitava que a Elfa matasse os escorpiões colocando-os o mais longe de nós. Mas ela é muito perspicaz e astuta. 


= O que voce faz aqui?

O Rapaz retirou a gorra para coçar a cabeça deixando os amigos verem impressionados suas orelhas pontudas, não tão grandes quanto as dos elfos, mas belas. E ele contou:

- Esse local onde estamos, era chamado de “Bauna Pahaad” (montanha dos anões). Minha mãe era anã e meu pai um elfo. Há uns anos atrás fomos todos dizimados por mortos vivos e algumas outras criaturas sobrenaturais que tomaram as montanhas. Os que não morreram debandaram para não morrer. Sou o último descendente  do "Clã Falcão dourado" eu fui levado para os Druidas e aprendi a me comunicar com as criaturas de lugares como este. Minha intenção ao voltar para “Bauna Pahaad” que agora é “montanha sombria” era de ensinar os escorpiões a destruir Targreya, ensinei-os a burlar seus instintos de sobrevivência, porque se não acabarmos com Targreya que está transformando seu exército numa potência indestrutível, os Deuses negros irão vencer e Targreya invadirá outros mundos.

- Só por cima de mim. Serei eu a acabar com esse demônio.

= Criança não esqueça que estamos aqui para salvá-lo e não para destruí-lo.

- Senhor Elfo, a queda de Targreya porá fim a sua legião e todos os habitantes deste reino terão paz novamente. É isso que eu quero Paz! E não me importa quem eu precise destruir para isso.

= Voce acha que se destruir Targreya terás paz? Pensou nos pais dele?

- Não senhor Elfo! Ele não pensou nos meus pais.

= Então é um caso de vingança? Vingança não dará paz a ti Hanwk!

- Esquece Elessar! Ele não é apenas Elfo. Não pensa igual a voce. Vamos resolver o que fazer e continuar. – Falou Magno.

E os amigos continuaram sua caminhada até a entrada da cidade dos gigantes em silêncio, agora com mais um mago entre eles. Chegaram em fim a entrada da cidade! As ruas de pedras eram ladeadas com árvores retorcidas, o que dava aos “amigos” a certeza que já fora uma bela alameda! Do portão até o grande castelo tinha um longo trajeto! Depois de atravessarem a ponde de madeira maciça!  já estava escurecendo quando chegaram ao portão de entrada do reino. Tudo estava muito iluminado Haviam gigantes de guarda em todos os lugares. O que fazia dos "amigos", viajantes inusitados pelos seus tamanhos. Um dos guardas disse:

- Parem! Voces não podem entrar!

- Como ousa? Somos convidados! Voce sabe com quem está falando.?

Falou Magno irritadíssimo se pondo diante do guarda. Mas antes que as coisas piorassem ouvimos uma tranquila voz que disse:

- Senhor Elessar! Já faz tanto tempo que não nos vemos. Continuas tão belo quanto.

Falou uma bela fêmea dos gigantes de cabelos vermelhos e olhos muito azuis. O guarda deu uma gargalhada e disse:

- Esse é o senhor Elessar? Então estamos perdidos!

Elessar ignorou o guarda e falou para Fêmea:

= Prazer revê-la Saabah! Quando te conheci não passavas de uma jovenzinha com o coração fraco. Agora estás formada em uma bela fêmea. Onde está Caladan?

- Meu pai está nos aposentos! Vive desolado e com medo senhor. Venha vou leva-los para banhar-se alimentar-se e assim que estiverem refeitos os levarei a meu pai.

- Elessar! Não dá para terminar com essa embromação e irmos direto ao que interessa.

= Acalme-se Cigano! Estamos em terras alheias e temos que seguir as regras e normas do anfitrião. Antes preciso saber muito mais sobre o que viemos fazer.

Magno seguiu o criado com semblante emburrado, aquele lugar com tudo exageradamente grande o deixava estressado. Magno falou irônico com Elessar.

- Está bem vamos a esse banho! Isso se não nos afogarmos na banheira.

Hanwk deu uma gargalhada sendo beliscado por Emka.

Emka e Elessar banharam-se e estavam nos aposentos vestindo-se pomposamente para ter com o Rei. Enquanto isso Magno caminhava pelo castelo apreciando os pilares de mármore brancos e alguns estandartes que tremulavam pelo grande salão em suas cores azul branco e amarelo, com o símbolo de uma torre e duas espadas cruzadas. Aquelas bandeiras esvoaçantes faziam contraste com o tapete branquinho que se estendia até o trono vazio no centro do grande salão. Magno pensava que nunca ouviu falar de tapetes brancos como passarela para nobres lordes. Quando ouviu um grito alucinante. Ele correu subindo a escadaria que dava acesso aos aposentos. Bateu na porta devagar e Elessar apareceu perguntando o que havia acontecido para que Magno estivesse tão lívido. O Cigano contou que ouviu um gritos e os amigos saíram em busca.
Emka chegou na janela afastou a pesada cortina e viu
sobre a grande ponte de madeira um gigante que levava Hanwk nas costas ele parecia desfalecido... 

E lá vamos nós de novo queridos ouvintes. Alguém está em perigo e os "amigos" precisam salvá-lo...  Até o próximo capitulo Shubb Raatri!


Ruby Chubb

Comentários

  1. Que isso KK esses bichos quase mata a gente de medo. Rafinha Tadinha da elfa. Vamo lá salvar o menino agora. Parabéns pelo capituca

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