O Vampiro de Dublin


Depois de toda agonia que passaram com Farieel o “caído do lado do mal” e todas as sequelas que ele deixou, os “amigos” finalmente conseguiram descansar. Emka ficou no palácio de Elessar enquanto ele estava no acampamento “tigre de fogo” curando o cigano Dedylson que tinha espírito élfico. As fadas ficaram encantadas com a Princesa e cuidaram dela com muito mimo. Magno dormiu por dois dias e Last hibernou direto para se restabelecer sendo alimentado pelo seu fiel mordomo Hector sem despertá-lo. 

43º Capitulo


O dia raiou maravilhoso convidando para um belo passeio. Magno levantou da cama, foi até a janela saudar a linda manhã, olhou-se no espelho ficando impressionado com as mudanças em seu corpo e falou com seu reflexo: 

- “Voce pode até estar bonitão cara! Mas eu preferia como era antes. Estou parecendo um indiano amorenado desse jeito”.

Depois sentou em sua cadeira no quarto e conversou um longo tempo com sua mãe, precisava de algumas respostas que somente ela poderia lhe dar. “como intuição” como sempre faz. Estava se preparando para ir até a cachoeira antes do café da manhã, quando um menino levou até ele um bilhete com o seguinte recado: 

- "Magno preciso de ajuda aqui é o Alejandro, não diga a ninguém, por favor, venha até o açougue na cidade o “Esperanza”... Pergunte por mim quando chegar". 

Magno coçou a cabeça! Aquilo cheirava a confusão, mas ele não iria deixar um amigo sem socorro. Alejandro era um amigo que estudou com ele durante o tempo em que ele fez o supletivo para garantir seu diploma, porque estudar mesmo ele estudou com Last. (não teria melhor professor) eles eram muito amigos. Magno correu até Esmeralda e pediu para que ela fizesse um café reforçado que ele precisava ir a cidade, enquanto isso arrumou uma mochila com o necessário para dois dias, nunca se sabe!. Banhou-se e tomou seu café. Deixou ordens no acampamento avisou que poderia ficar fora dois ou três dias, e foi para a caminhonete, colocou as espadas no compartimento atrás do banco que ele fez exatamente para isso e foi para cidade. Uma hora depois ele chegou, deixou a caminhonete no estacionamento rotativo ativado por cartão digital, atravessou a praça, empurrou o balanço de uns meninos que brincavam lá, atravessou por dentro do mercado e entrou no açougue quase em frente. Era cedo e ainda não tinha muito movimento. Um açougueiro tratava um pedaço de carne sobre a bancada de costas para a porta e com fones de ouvido. Magno esperou que ele notasse sua presença. Como isso não aconteceu Magno bateu o pé forte no piso como quem acabava de chegar. O açougueiro se virou... Os olhos deles se encontraram... Magno ficou olhando por uns minutos sem saber o que dizer... Então “ela” sorriu e perguntou: 

- O que deseja senhor? 

Magno sentiu o coração disparar e o sangue queimar no rosto pela cara de pamonha que ele fez ao perceber que era uma moça, e linda por sinal. Tinha belos olhos azuis que fizeram com que ele se lembrasse da “Dorothy”... 

- Veio buscar a carne para o almoço? 

Magno sentiu a respiração alterada... E falou tentando disfarçar. 

- Não senhorita! Vim ver meu amigo, Sou Magno Matias Alejandro me espera. 

- AH sim! Espera um pouco preciso retirar o odor de carne. 

- Sim! 

Disse Magno e ficou esperando. Vinte minutos depois ela apareceu... Sem a touca que lhe cobria a cabeça até a testa e sem a roupa suja de sangue. Magno pôs a mão fechada sobre os lábios e pigarreou para consertar seus pensamentos. Ela realmente era linda! Tinha cabelos curtos dourados, mais para mel, e um rosto angelical, pernas longas e torneadas cobertas por uma calça legging preta, uma bota de couro macio até a coxa e uma blusa azul abaixo dos quadris. Ela disse: 

- Me acompanha, por favor! Voce conhece bem o Alejandro? 

- Sim estudamos juntos, mas faz dois anos que não o vejo. 

- Prepare-se para se surpreender! 

- Tudo bem! Mas hoje em dia nada me surpreende Senhorita! Posso saber seu nome? 

- Christina! Christina Amorim! Sou filha do Amadeu. 

- Ah sim! Está tudo bem com ele? 

- Sim, meu pai está descansando um tempo. 

Depois de descer dois lances de escada ela disse: 

- Pronto chegamos! Não se assuste Magno. “Alejandro! Seu amigo está aqui”. 

O rapaz estava em um canto no escuro, Magno pediu para acender a luz ele gritou: 

- NÃO!!!! 

- Tá bom! Acalme-se! O que está acontecendo amigo? 

Christina se afastou e deixou os dois conversarem o rapaz chegou um pouco a frente e Magno que possui capacidade de enxergar no escuro pode ver o local com mais clareza. Era um depósito com caixas plásticas empilhadas, pacotes de sacos plásticos, ganchos de todo tamanho e formato e um colchão no cantinho onde ele estava deitado quando chegou. Estava limpinho e cheiroso, mas era degradante ver seu amigo naquelas condições. Pior ainda quando conseguiu ver as feições dele... O Cigano assustou-se, mas manteve-se firme... O rapaz estava muito pálido, com olhos fundos, olheiras, os lábios lívidos. Magno ficou perplexo com seu amigo naquele estado e naquele lugar e pensou: 

- “Santa Kalli! Não pode ser”! E perguntou a ele: 

- O que aconteceu Alejandro? 

- Um maldito hemofílico me pegou! 

- Onde? 

- Aqui na cidade mesmo. Eram mais ou menos uma hora da manhã e eu fui deixar minha namorada em casa depois do cinema e do Shopping, quando eu estava voltando encontrei um deles que espreitava vagando sorrateiro, pensei até que fosse um assalto. Mas de repente ele me atacou e eu não vi mais nada. Acordei com muitas dores, falta de ar, rigidez nas mãos, a dor abdominal era insuportável... Ele estava ao meu lado, me segurou pelos cabelos e disse: 

-Por que mata-lo com punhal no coração? Voce é bonito demais para que eu termine com voce! Quer que essa dor pare? 

Desesperado eu não sabia nem o que estava acontecendo, mas queria que a dor parasse. E disse 

– Sim quero! Por favor! 

Imediatamente ele rasgou o pulso, me deu para tomar seu sangue e me ressuscitou! 

- Que ressuscitou o que? 

- Como não? Eu estou aqui! 

- Ora Alejandro! Eles não ressuscitam, apenas fazem andar, falar e beber sangue como eles. 

- O que eu vou fazer Magno? Não quero beber sangue de ninguém! Mas acho que é por falta disso que estou sentindo tanta dor. Eu era um cara legal com minha Bandinha de Rock de fundo de quintal. E não admitia que nossa cidade tivesse sido invadida por um clã de vampiros como minha amiga havia me alertado ao andar à noite por ai com a Banda... Magno eu trabalho num laboratório de doação de sangue, o que será de mim?. Há dois dias não vou trabalhar, porque fico observando o sangue escorrer por aquele tubo de plástico, e a bolsa fica dançando como se estivesse me convidando a um banquete. Olha cara! Eu fiquei tão vidrado olhando que pelo canto da minha boca chegou a escorrer saliva tamanha foi a tentação, como se fosse a baba cósmica que ouvia em meus vinis. Os colegas do laboratório acharam até que eu estivesse aidético, mas meu superior disse que poderia ser estafa, porque não teria como ficar tão mal de repente e disse que no fim de semana eu iria descansar no sítio dele. Mas à dois dias atrás, não mais me aguentando rasguei o saco com o sangue e num ataque enfiei a cara e chupei todo o sangue da bolsa coletora. Garanto-te que a cena foi mais lastimável que ver Ozzy Osbourne arrancar a cabeça do morcego com a boca. Eu estava completamente lambuzado de sangue e fiquei totalmente estático por alguns momentos, até descobrir que tinha sido visto pelo ajudante. Fiquei muito desesperado e corri para casa olhei no espelho procurando uma centelha de humanidade em mim, mas minha imagem estava borrada, eu não me identificava... Sem contar, que a claridade me fazia sentir dores. Eu preciso de ajuda. Voce pode acabar com isso amigo? 

- Como assim acabar com isso? 

- O hemofílico que me transformou falou em um punhal no coração. Faz isso por mim. Voce disse que eu não ressuscitei então voce não estará cometendo assassinato. 

- Não é assim Alejandro. Se eu enfiar um punhal no seu coração, voce não morrerá, vai ficar em suspensão, mas continuará sentindo tudo, só não vai trafegar por ai. E a fome vai ser terrível! O sofrimento é muito grande. Preciso ter certeza de uma coisa depois te procuro novamente. 

- Tenho medo Magno! Posso atacar minha amiga num momento de desespero. 

- Voce a conhece de onde? 

- É minha amiga da faculdade de Ciência Biológica! Eu a procurei no desespero e contei sobre o Hemofílico. Eu ainda acho que meu pedido é o mais certo Magno. 

- Voce está me pedindo algo impossível, não vou ficar bem sabendo que voce estará sofrendo horrores. 

- Pois eu achei um pedido bem equilibrado Magno! Eu já estou sofrendo horrores meu amigo. 

Magno ficou em silêncio olhando para seu amigo. Alejandro que antes era um homem que chamava a atenção, muitas tatuagens nos braços, moreno de olhos verdes cabelos negros bem lisos que iam até os ombros 1,78 de altura, forte e muito tímido, escondia a beleza atrás de óculos de grau muito grossos ao invés de usar lentes de contato. Magno pediu ao rapaz que lhe dissesse exatamente onde encontrou o Vampiro. Alejandro não queria dizer com medo de que Magno fosse atacado também, Magno pediu então que ele o acompanhasse até a casa de um amigo nas imediações da Floresta. Alejandro disse que não conseguia mais encarar o dia, Magno disse que tinha um compartimento em sua caminhonete que era a prova de claridade e som, que ele poderia ficar muito bem até chegarem aos limites da Floresta negra de Belorian onde é a casa do seu amigo. Alejandro quis saber por que ele possuía um compartimento a prova de claridade e som. Magno disse que ele não era seu único amigo “Vampiro” Alejandro engoliu em seco olhando assustado para Magno. 

- Voce vai sentir desconforto até chegarmos à caminhonete, mas tenha certeza que logo passará, me espera aqui um pouco que vou tentar chegar o mais próximo possível. 

Magno acabou de falar e chamou Christina para destrancar a porta, como Alejandro foi transformado a pouco tempo, ainda não tinha capacidade de atravessar portas. Como estavam em Dublin Magno foi até o “Chapter One” um restaurante sofisticado de uma amiga e conseguiu três poções de sangue fresco de faisão, em seguida levou a caminhonete até a porta do açougue dizendo ao guarda de trânsito que estava indo buscar um doente. Teve a permissão de parar por cinco minutos diante do açougue que é em frente ao supermercado e estacionamento proibido. Christina havia conseguido uma capa de veludo com capuz para Alejandro que rapidamente foi até a caminhonete. Magno abriu o compartimento de que falou e Alejandro olhou surpreso para o Cigano. Ele pensou que seria uma espécie de mala, mas pelo contrário, era acolchoado e coberto com o mais puro cetim vermelho, ele gostaria de perguntar para quem servia aquele “hotel cinco estrelas”, mas precisava correr da claridade. Assim que ele se acomodou, o Cigano lhe deu as bolsinhas com o sangue de faisão e disse a ele. 

- Faça um furinho pequeno e beba devagar ou não servirá de nada, voce deve sorver delicadamente. Não se preocupe é de faisão. Não é humano. 

E antes que o rapaz pudesse retrucar ele fechou o compartimento e partiu bem rápido do estacionamento proibido acenando para Christina que ficou na porta do estabelecimento observando aquele homem diferente dos rapazes da cidade. Depois de uma hora e meia, mais ou menos o Cigano estava buzinando em frente aos pesados portões da Mansão Vladesk’s que se abriu suavemente e ele adentrou com a caminhonete até a garagem. A seguir foi até seu mestre que estava dormindo no “quarto roxo” que ao contrário de pesados esquifes que rajem as tampas ao abrir, ele dormia em uma King size maravilhosamente acolchoada, e o quarto era acústico e lacrado de claridade com pesadas cortinas negras. Magno afastou a estátua que ficava ao lado de uma estante e uma porta camuflada se abriu para um corredor em círculos para evitar a claridade. Depois de fechar a porta o Cigano ativou sua visão e foi até seu mestre que estava recostado esperando. Magno pegou o lençol e jogou sobre ele e Last falou: 

- Voce sempre faz isso, desde menino! Porque não se acostuma "Garoto"! 

- Ah voce sabe que homem pelado somente eu no espelho Last. 

- Ao que devo a honra da visita? 

Falou Last puxando o lençol até a altura do tórax e Magno contou a ele sobre seu amigo Alejandro e sobre os vampiros que estão infestando Dublin. Pediu que Last o ensinasse a se virar no mundo agora que é um transformado. Last ficou em silêncio por um tempo e depois disse: 

- Ele é um Caitf? 

- Um o quê? 

- Dominado! Cativo pelo ser que o transformou. 

- Por enquanto não sabemos, nem ele mesmo, eu acho. Por quê? 

- Porque um vampiro não ensina a outro vampiro o que sabe. Ele deve aprender sozinho justamente porque se for um Caitf pode estar sendo usado pelo seu dominante para descobrir habilidades de outros Clãs. Entre as habilidades vampirescas mais usadas que são: Auspícios, Dominação, Ofuscação, Presença, e outras como Metamorfose e Animalismo, não são de todo Clã! Alguns almejam por essa possessão. 

- Não tem como ser vampiro sem ter essas habilidades? 

- É o mesmo que estar morto. Entre os vampiros o mundo é disputado a “unhas e dentes” vence o mais hábil. O que ele consegue fazer? 

- No momento chorar e se esconder. 

Quanto tempo ele está transformado? 

- Penso pelo que ele me disse que faz uma semana. 

- Se o Vampiro for um nascido, poderemos mata-lo! Se o fizermos o seu amigo retornará a sua forma humana com algumas modificações como hipnotismo e auspício. Mas não terá sede de sangue e será mortal novamente. 

- Como saberemos se é um nascido. 

- Vamos proteger seu amigo na mansão e sair a caça desses vampiros. Vá busca-lo. 

- Mas Last e sua mão? 

Last suspendeu a mão que até então estava sob o lençol e Magno respirou aliviado! Estava perfeita! Mesmo que com um leve tom rosado. Magno quase abraçou Last, mas ele mudou de ideia e foi buscar Alejandro na garagem. Quando abriu o compartimento secreto da caminhonete até se surpreendeu com as feições de seu amigo que estavam bem melhores do que quando ele entrou. Mas o rapaz tinha os olhos assustados, ele não sabia ao certo aonde o Cigano o estava levando. Entraram na mansão. Alejandro olhava tudo encantado, mesmo tão sombria a mansão possuía uma beleza única e muito requinte. Magno o levou até o “quarto roxo”, ele entrou no aposento titubeando e agarrado ao ombro do Cigano com receio de tropeçar em alguma coisa, porque a escuridão era total. Ao se aproximarem do leito do vampiro Last falou: 

- Retire essa capa rapaz acabou o perigo. 

- Hamm? Quem está falando? Não vejo nada! – Falou Alejandro parado diante do leito do Vampiro. 

- Estou na sua frente! Olhe para mim voce tem capacidade de enxergar no escuro só precisa tentar. Solta ele Magno. 

O Cigano retirou a mão do Alejandro do ombro dele, o deixou lá e sentou ao lado de Last. O rapaz fazia força tentando enxergar e não conseguia ver nada... Com as mãos estendidas para frente ele dava alguns passos trôpegos com receio de esbarrar em alguma coisa... Ele deu mais alguns passos em seguida falou: 

- Ah! Obrigado! Assim está melhor! Agora já consigo enxergar mesmo com tão pouca claridade, mas é melhor que nenhuma... 

- Não existe claridade nenhuma! É apenas a sua visão delatada. 

- Delatada? 

- Sim! Sua retina se delata para compensar a falta de claridade. É um processo que pode ser comparado a do clareamento de uma fotografia muito escura. Vá, melhore sua visão. 

- Como eu faço? 

- Apenas tente! 

Alejandro fechou os olhos por uns segundos e quando os abriu já conseguia ver plenamente Last recostado na cabeceira acolchoada de feltro negro e seu amigo Magno sentado meio de lado na lateral da cama. Ele cumprimentou: 

- Boa tarde! Obrigada por me receber Senhor... 

- Last! Meu nome é Last! Sou amigo do Magno! Por quê voce está usando óculos? 

- Tenho miopia Senhor Last! 

- Um vampiro não tem miopia rapaz! Retire-o! 

Alejandro retirou os óculos com os olhos apertadinhos, mas... Percebeu que enxergava perfeitamente! Dobrou os óculos e colocou no bolso do blusão olhando em volta maravilhado, depois olhou para Last pensando: 

- "Será que ele é um vampiro? Claro que é né? Ninguém ficaria em um quarto escuro assim se não fosse. Ainda mais alguém jovem e "bem apanhado" assim como ele. Claro que estaria zoando em vez de estar enfurnado em casa. E o Magno? Ele está confortável como se tivesse enxergando tudo, está até olhando na minha direção". 

- Sim! Eu sou um vampiro! Mas diferente de voce eu nasci vampiro! 

- Tem como? 

- Claro eu estou aqui! 

Alejandro se calou! Estava assustado com a resposta de Last a uma pergunta que não foi feita além de a si mesmo e com o pensamento. 

- Sente-se na poltrona! 

Ao dizer isso a poltrona deslizou até as curvas das pernas de Alejandro que sentou quase que obrigado ao sentir a poltrona tocar suas pernas suavemente. Last continuou: 

- Agora me conte exatamente onde e como voce encontrou o vampiro que te transformou. Não esqueça nenhum detalhe como: O que ele fez, o que falou antes do ato. Qualquer coisa vai ajudar muito.

- O Senhor vai procura-lo? 

- Sim! E vou mata-lo! 

- Ma... Matá-lo? Bem, eu estava voltando de um passeio com minha namorada, já estava de madrugada eu a deixei em casa e vinha caminhando com fones de ouvido curtindo uma musica quando um rapaz passou por mim e me deu uma olhada sinistra. Senti meu sangue gelar e pensei que fosse um assaltante, mas depois percebi que não poderia ser, porque o cara estava muito bem vestido! Ele tinha estilo! As roupas dele eram muito bem escolhidas e o tecido caia muito bem. O que demonstrava que era uma pessoa de classe e não precisava assaltar transeuntes. Digo isso, porque eu tenho essa preocupação ao me vestir. Olhei para trás e o rapaz estava longe, uns dez metros mais ou menos de mim. Sorri e me achei paranoico. Mas de repente senti um vento forte e alguém segurar em meu ombro tão forte que me freou. Olhei por cima do ombro e era o rapaz que havia passado por mim, não imaginava como ele fez aquilo se estava tão distante. Depois disso não me recordo o que aconteceu, somente lembro-me de estar com muita sede, dores horríveis no abdômen, nas articulações e com rigidez. E o mesmo rapaz segurando-me pelos cabelos junto a nuca e me elogiando! Ele disse que não gostaria de enfiar um punhal em alguém tão belo quanto eu e perguntou se eu queria que a dor passasse. Eu disse que sim! Precisava mesmo que a dor parasse. Ele girou um anel que usava no dedo médio, rasgou o pulso fazendo espirrar sangue e mandou-me beber. Disse que assim eu não iria sentir mais dor. Incrivelmente eu aceitei tomar sangue de outro ser. Como se fosse a coisa mais natural do mundo....Foi isso. 

Last ficou em silencio uns minutos que pareceram eternos e por fim ele falou: 

- Na Camarilha eles são chamados de "Narcisos". São Membros orgulhosos e nobres! Os membros mais sofisticados da Família, excitam-se com facilidade e cultivam gostos extravagantes. Eles concentram-se na beleza como nenhum mortal o faz. Usam seus sentidos e gostos refinados, adquiridos após o “Abraço”. Para um Narciso nada importa mais que a beleza, embora em muitos casos a busca pela beleza seja sobrepujada pela busca pelo prazer. Buscam por uma verdade além de uma existência. É essa luta pela verdade, e pela salvação final, que os inspirou àquilo que consideram sua missão na Terra. Transformar os belos humanos em Vampiros de sua espécie. Os "Narcisos" sentem-se protetores da raça humana. Eles amam verdadeiramente o vigor e a paixão dos mortais, e jamais se cansam de se maravilhar com suas criações. . Os "Narcisos" vêm de um Clã que busca especificamente aqueles que consideram os mais talentosos, concedendo-lhes o dom da imortalidade! Dessa forma preservam seu gênio contra os efeitos do tempo. O vampiro que te transformou vinha te observando há tempos, porque eles gastam bastante tempo decidindo quem preservar e quem deixar entregue ao seu próprio destino. 

- Como vamos encontra-los Last se se misturam assim entre nós? 

- Eles vivem em condomínios de luxo ou em apartamentos nas zonas nobres das cidades, mantendo-se o mais próximo possível da ação. 

- As habilidades deles são compatíveis com as suas Last? 

- As disciplinas do Clã são Auspícios, Rapidez e Presença! Mas alguns conseguem usurpar habilidades de outros Clãs para serem mais bem sucedidos em suas caçadas por gênios humanos. 

- Quais as fraquezas deles? Possuem alguma? 

- A beleza! Costumam apaixonar-se com frequência por mortais. Eles são treinados a conseguir a força de vontade para romper o fascínio rapidamente, do contrário permanecerá parado, pasmo e indefeso, durante minutos e até mesmo horas. A maior fraqueza do "Narciso" é a sua sensibilidade à beleza. Alguns do Clã passam a se preocupar com mais nada além de seu próprio prazer contínuo. A reputação do Clã inteiro é afetada pelos excessos de alguns membros. 
Bem chega de papo já temos o que precisamos. Assim que anoitecer vamos ao encalço dele e terminar logo com isso. 

- Eu vou com voces! 

- Não vai não! Só irá nos atrapalhar! Voce vai ficar aqui com Hector! 

Falando isso Last saiu debaixo dos lençóis e passou nu diante de Alejandro que pensou? 

- Como pode existir um corpo tão perfeito? Eu achava que os vampiros eram feios e velhos. 

Last que já havia entrado no closet colocou a cabeça para fora e disse: 

- Obrigado pelo elogio! 

Alejandro arregalou os olhos e Magno sorriu balançando a sobrancelha! 

- Ah para com isso Cigano! Eu gosto de tetas. 

- Pode até gostar, mas se continuar a ser um vampiro vai gostar com tetas e sem elas. 

- Não achei graça... 

- Hahahaha! Venha Alejandro vou te apresentar ao mordomo! Ele tem uma cara “esquisita”, mas é uma cara formidável. 
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Será que Alejandro irá continuar um Vampiro meu queridos ouvintes? Saberemos nos próximos capítulos até lá Shubb Raatri

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