A Surpresa
Capitulo 46
A viajem correu tranquila e com os dois em silêncio, como se o peso ainda não tivesse saído das costas deles. Last vez ou outra cheirava sua roupa e fazia cara de nojo. Magno mantinha os olhos pregados na estrada. Enfim chegaram a mansão! Magno deixou Last na porta e foi estacionar a caminhonete na garagem, quando voltou Last ainda estava na porta esperando por ele com a maleta das espadas na mão, os dois entraram juntos na Mansão. Era notável o nervosismo deles, mas ainda não era naquele momento que os dois iriam saber do Alejandro. Hector estava excitadíssimo e falando pelos cotovelos como se tudo aquilo tivesse preso na sua garganta. Ele estava apreensivo...
- O que aconteceu “esquisito” que cara é essa? – perguntou Magno.
- Na saída para minhas lidas diárias eu encontrei um certo monge de Jade! Muito incomum, cujo poder era tão incomum quanto ele, só equiparado à sua sede por cerveja. Ele viaja com uma jovem sobrinha, cuja língua sempre os metia em encrencas das brabas pela cidade. Senhor Last eles me disseram que vieram do “Vale dos Quatro Ventos” e a sobrinha está procurando por um rapaz que ela conheceu na faculdade há três anos, e tem as características do seu amigo Alejandro. Por falar nisso; Vá lá falar com eles Senhor Magno! Só... Tome cuidado com o gancho de direita dele. O rapaz está impossível. Ele contou uma história melhor que a de Pan, bebeu o dobro das “bolsas especiais” e depois me deu uma surra e isso enquanto ria de mim. Ele disse que precisávamos de um herói, e um herói nos foi dado.Voltando ao “monge”.
Ele me contou que expulsou as forças inimigas do “Vale dos Quatro Ventos”, derrotou o líder dos bandidos e devolveu o jade roubado. Tudo o que ele pediu em troca foi uma carona para a sobrinha. Os cidadãos do “Vale” deram a eles uma viagem até Laht. O Monge disse que nem conseguiu agradecer e que se eu estivesse indo para o “Vale dos Quatro Ventos” se eu poderia lhes transmitir o muito obrigado deles. Eu nem sabia o que responder. Algo naquela moça me deixava arreliado. Os olhos dela eram como os seus Senhor Last. Mas se ela fosse um vampiro não precisaria de carona.
- Porque não Hector? Eu fui até Dublin de Carro.
- Como foi lá meu Senhor?
- Foi muito maneiro! Acabamos com um bando de vampiros.
Disse Magno e Last perguntou:
- E o Alejandro? Como está?
- Intransigente! Como todo transformado.
- Mas há duas horas atrás nós acabamos com seu criador. Ele continua um vampiro Hector?
- Sim meu Senhor! E dos Piores. Vocês deviam ir encontrá-lo! Só... Cuidado com o gancho de direita dele. Peço desculpas pelo estado das coisas por lá.
- Tudo bem Hector! Alejandro não era um problema seu e voce lidou bem com ele. Desculpa por trazer meu amigo para cá.
- É minha obrigação atende-los Senhor Magno.
Hector falou, virou as costas e saiu mancando e tentando disfarçar. Last foi com Magno até o “quarto verde” ver como estava o seu hospede. Assim que entraram já perceberam que aquele vampiro não tinha volta... Depois que foi transformado Alejandro falava de modo incisivo e intimidador! Seus olhos verdes eram agora de um azul gélido, a pele perdeu completamente a cor, suas feições tornaram-se esquálidas, com olheiras acentuadas ao redor dos olhos. ele olhava com ira para seu amigo e para Last. E sua boca carnuda tornou-se uma fina linha, Alejandro quase nem abria os lábios para articular as palavras quando resmungou ao ver o Cigano na porta:
- Não me olha com esta cara! O que você está pensando?
Magno apenas olhava sem dizer uma palavra se quer. O quarto estava revirado Alejandro desarrumado... Last falou alguma coisa que Alejandro não fez questão de ouvir. Ele estava aborrecido e sedento a imagem dele mordendo alguém o fazia se desesperar. A sede devorava suas entranhas mortas... Alejandro sentia dores absurdas. Tudo isso aconteceu porque Alejandro não teve a ascensão: depois que o Vampiro transforma o humano dando a ele seu sangue, o transformado procura seu “dono” na ânsia do sangue e o seu “dono” o matem com ele por 2/3 noites. Porque o vampiro recém-criado acordará com sede de sangue, e para se controlar precisa ficar com o seu criador por um tempo, para aprender as regras do mundo dos vampiros. Os novos vampiros devem obediência total ao seu criador e deve romper completamente os laços com sua família humana. Isso não ocorreu com Alejandro por isso ele perde o controle motivado pelos seus impulsos. Alejandro olhou para Last e perguntou:
- Cara porque dói tanto?
- Dói porque voce é um Vampiro e não foi terminada sua ascensão.
O que quer dizer?
- Que seu criador não te adestrou!
- Adestrou! Vê se pode essa merda? Quer dizer que sou um vampiro sanguinário? Nada dessas porcarias de seriadinho idiota que fazem por ai? Alejandro morreu! Agora sou um bebedor de sangue amaldiçoado.
- Voce não é amaldiçoado Alejandro.
- Como não Magno. Voce acha que eu ainda posso entrar nas portas do céu sendo um morto vivo? Eu que ia a igreja todo domingo agora nem posso mais fazer isso.
- Também não é assim Alejandro
- Sem frecuragem ok Magno! Tenho consciência que sou um portador do mal ou das trevas sei lá o quê. Minha amiga adora vampiros e dava nome bonito a essa Merda toda.
- Não precisa essa raiva degenerada!
- Como não? Eu não nasci assim que nem voce Last! Fui transformado no que sou... TRANSFORMADO! Sem minha permissão.
- Não foi sem sua permissão!
Como assim não foi? Eu não pedi a nenhum monstro pra me morder.
- Não pediu que te mordesse, mas permitiu que ele te desse essa vida.
- Caraca eu estava desesperado de dor cara! Não pensava por mim.
- Mas aceitou! Permitiu. Agora voce aceita essa vida onde as noites irão ficando mais longas, o tempo não terá mais importância, pode optar por lembrar apenas as coisas boas e esquecer o que te desagrada, porque um vampiro não esquece nada. Terá que suprir de sangue fresco sua “não vida”! Viverá para sempre nessa dança da morte tirando a vida de alguém para manter sua “não vida”. Vai viver exclusivamente por sangue. A sede é insaciável. Ou...
- Eu vou viver só por essa merda de sangue? É tudo que consegue sacia essa fome? Me transformei num monstro?
Para a tradução exata da palavra, sim! Um Monstro! Conhece a frase do Mister Hyde ”um monstro eu devo ser, para um monstro eu”?
- Conheço sim!
- Para de frescura Alejandro! Voce não é um monstro. Voce é um ser não humano.
- Pode ser! Alguma porcaria dessa forma.
- Voce está magoando meu amigo falando assim sobre os vampiros.
- Não me magoa Magno! Ele está certo.
- Viu? Eu estou certo.
- Mas tem um jeito de acabar com tudo isso?
Magno olhou de olhos arregalados para Last. Ele sabia o que ele iria propor e antes que ele retrucasse Last falou.
- Posso te matar! Talvez voce querendo ou não! Pelo que vejo voce será um fracassado e pode ferir muitas pessoas!
- LAST!
- É isso mesmo Magno! Sejamos rasuráveis.
- Eu aceito Last! Não precisam brigar. Eu não quero mesmo viver matando pessoas para me manter “não vivo”. Como vai fazer isso?
- Para com isso voces dois!
- Para voce Magno! Eu bati no Hector que só me tratou bem, porque eu queria mais daquelas bolsas, quebrei tudo por aqui para mantê-lo longe de mim toda vez que ele tentava me acalmar, estou com uma força fora do normal. Eu sou um perigo. Vamos lá Last pode fazer o que for preciso.
- Está bem vamos então prometo que não vou fugir quando me tirarem daqui.
- Claro que não vai fugir. Eu não permitirei.
Os três saíram, Magno pegou a caminhonete novamente com a cabeça estourando... Ele sabe que é necessário fazer isso, mas é o seu amigo. O Cigano sente como se estivesse levando um animal para o matadouro. Ele pediu a Last que deixe ele mesmo fazer, Last disse que não seria justo deixar ele matar seu amigo. Mas Magno não abriu mão dessa responsabilidade. Alejandro ficou encolhido no bando de trás ao lado de Last ouvindo a discussão dos dois sem dizer nada. Seu abdômen doía horrores, ele não queria saber de coisa nenhuma, queria apenas que tudo aquilo terminasse. Saíram dos domínios da Mansão Vladesk’s e os três se encaminharam para uma clareira onde a mata é rasteira. Last perguntou se ele queria vendar os olhos, Alejandro disse que não, só pediu que dissesse a mãe dele que teve uma doença infecciosa e que não poderia esperar para o enterro, ela estava muito distante e não chegaria a tempo. Depois de tudo acertado Magno se preparou para usar a “Magnus eletrocutada” no seu amigo. Ele sentia algo que nunca sentiu na vida. Remorso por algo que era necessário. Um sentimento que o deixava quase sem ar. Alejandro fechou os olhos e Last pousou a mão no ombro dele para lhes dar coragem e o deixar mais calmo. Alejandro falou:
- Tudo bem eu suporto.
Magno suspendeu sua espada e os relâmpagos rasgaram o céu a seguir ele abaixou e gritou:
- AMAHRU!!!!!!!!!!!
Mas... Algo muito veloz pegou Alejandro na hora que ele seria feito em duas bandas e seu corpo viraria carvão. Last foi atrás e segurou quem ou o que o pegou e trouxe de volta para o solo. Os três pousaram diante dos olhos incrédulos de Magno com alguém mais rápido do que o seu raio... Alejandro ainda sem entender nada olhou para seu salvador aborrecido e gritou:
- Vampiro?
Disse Magno olhando para a jovem loirinha de belos olhos azuis que abaixou o capuz e retrucou;
*- Sou um Danphiro!
- Um o que?
- Uma cria de Vampiro com humano Magno.
- Isso é possível?
- Sim ai está um diante de voce.
- É mais eu não sou! E voce evitou minha chance de deixar de existir. Voce que se dizia minha amiga.
*- Eu sou sua amiga! E tem mais eu te amo Alejandro! Não quero que morra!
- Me ama? E quer me ver sofrer? E eu já estou morto.
- Criança me explica o que voce realmente quer com Alejandro? O criador dele morreu ele está descontrolado. Precisamos por um fim nele para o bem de todos. Até de sua própria família.
*- Sou um Danphiro!
- Um o que?
- Uma cria de Vampiro com humano Magno.
- Isso é possível?
- Sim ai está um diante de voce.
- Cala a boca todos voces! Que merda é essa? Como voce consegue ficar no meio de todo mundo estudar e não querer morder ninguém Meg?
*- Eu sou uma espécie de vampiro de energia. Não mordo ninguém. Eu retiro vida e poder de quem estiver ao meu lado sem fazer mal a pessoa, muitas vezes quando me descontrolo por ser uma energia muito boa, a pessoa fica um pouco tonta, mas logo melhora.
- É mais eu não sou! E voce evitou minha chance de deixar de existir. Voce que se dizia minha amiga.
*- Eu sou sua amiga! E tem mais eu te amo Alejandro! Não quero que morra!
- Me ama? E quer me ver sofrer? E eu já estou morto.
- Criança me explica o que voce realmente quer com Alejandro? O criador dele morreu ele está descontrolado. Precisamos por um fim nele para o bem de todos. Até de sua própria família.
Está bem deixa-me explicar! Meu nome é Megan Martin: Desde muito novinha eu tive dificuldades para dormir, pior ainda na hora de me alimentar, meus pais fizeram de tudo que puderam para me ajudar e acabar com esses transtornos, procuraram os melhores médicos para me curar, mas eles não conseguiram. Os poucos momentos que eu dormia eram preenchidos com pesadelos terríveis. Meus pais me levaram para Suíça como última tentativa, já que estava ficando sem dinheiro de tanto que gastavam comigo. Na suíça eu fui diagnosticada como leucêmica de uma espécie rara. Meus pais quase enlouqueceram. Eu era filha única. Os anos passaram e eu cresci abruptamente para uma menina de minha idade. E sempre com gostos diferentes de todas as meninas “normais”. Aos 16 anos, tive uma mudança muito acentuada na minha aparência. Meus cabelos que até então eram crespos, tornaram-se sedosos e lisos, minha tez tornou-se claríssima, as bochechas rosadas, do meu corpo emanava um perfume natural que seduzia... Deixando-me por muitas vezes encabulada. Meus olhos eram diferentes mudavam de cor quando eu estava eufórica ou muito excitada. Sentia-me bastante forte, muito mais que as outras meninas, chegando a machucar alguém quando faziam uma brincadeira que usasse corpo a corpo. E também era muito veloz. Porém, o que deixavam os médicos perturbados , era a minha pele era muito macia, e o meu poder de parar as batidas cardíacas à minha vontade ou acelerá-las ao máximo como se fosse ter um ataque cardiovascular. Eu achava engraçado, porque não me causava danos, mas os deixava loucos e sem conseguir um diagnóstico. Os médicos sentiam-se incapazes de tomar uma decisão. Meus pais então apelaram para a igreja. Foram a uma igrejinha perto de onde residíamos procurar o Padre para conversar sobre o que me acontecia, diziam que precisavam de um milagre ou até mesmo de um exorcismo se isso mantivesse sua filha viva. Ao contar a história ao velho Padre ele lembrou-se de um caso acontecido á precisos 16 anos atrás, uma história que o havia deixado muito assustado na época. O Padre contou a história aos meus pais dentro de um biombo e eu fiquei do lado de fora olhando as imagens, a solidão que existia naquela igreja vazia-me fazia muito bem, me transmitia paz. Quando os meus pais saíram do biombo e se despediram do Padre estavam assustados! Os três me olharam de maneira estranha... O que me fez pensar, ser mesmo um caso de exorcismo.
Até que certo dia, meus instintos libidinoso afloraram mais que todos os outros dias, e eu mordi meu namorado com tanta força que o sangue esguichou. Ele ficou lívido de susto. Além da dentada animalesca eu estava como os olhos brancos e reluzentes. A boca aberta como uma fera, donde ainda escorria pelo canto dos lábios o sangue dele. Sem saber o que fazer no momento ele me desfechou uma tapa forte me nocauteando e chamou meus pais. Depois foi embora achando que eu fosse louca. Quando acordei meus pais me contaram que eu era um ser hibrido gerada entre uma fêmea humana e um vampiro. Que eu era um “Dhanphiro” e que eu havia matado minha mãe ao nascer estraçalhando as costelas dela com a minha força. Me contaram que me adotaram ainda na maternidade sem saber de meus poderes híbridos, só sabiam que minha mãe havia morrido ao dar a luz e que e me deram para adoção porque minha mãe era "mãe solteira". Eles estavam no lugar certo na hora certa. Estavam tentando pela terceira vez um tratamento para engravidar quando o medico de plantão deu a eles a ideia de adoção, dizendo que tinha um bebê menina e que eles teriam que entregar ao orfanato.
Meus pais se apaixonaram por aquela menininha que chorava forte e que os olhos mudavam de cor. Eu ouvia tudo atônita, principalmente ao saber que eu posso viver de: 200 a 300 anos e reunir as habilidades mística que meu pai possui. Que mesmo possuindo prazer por sangue, posso aprender a controlar meu veneno, não causando morte nem a transformação de quem for mordido. E melhor! Sou um tipo de vampiro Elementarista. Domino os cinco Elementos. Sendo meu pai um vampiro natural, meus dons são muito mais avançados que os vampiros transformados. Possuo habilidade morfológica total e poder hipnótico. Tentei me matar várias vezes atirando-me da janela do décimo andar, mas, meus instintos de mutação me surpreendem... Transformando-me em um pássaro de fogo, e assim, sobrevoava a cidade que dormia chorando... Até que desisti de tentar e resolvi aceitar minha natureza...
*- Não fale assim Alejandro! É óbvio que tem ninguém vira Vampiro à toa? Bem, tem uns que são transformados sem pedir… Como é o seu caso, mas com o tempo você irá ficar melhor quando for experimentando as sensações da imortalidade.
- Como o que? Por exemplo, dona sabe tudo.
*- Terá capacidades sobrenaturais que apenas nós os vampiros, somos capazes de ter. Como a velocidade, a resistência… A força, isso sem contar os dons mais específicos: podemos nos transformar em animais, manipular elementos, controlar multidões, a própria treva… Tem coisa que...
Alejandro não a deixou terminar, esse assunto já lhe perturbava a cabeça Ele queria sair, não aguentava olhar a beleza imortalizada da sua amiga Meg. Mas ela o puxou e continuou autoritária.
*- Termina de ouvir, não pode retroceder, então quanto mais souber melhor para você Alejandro
- A é? O que mais pode me interessar a não ser um pescocinho suculento.
*- Voce não precisará morder ninguém se não quiser, tem que se educar a beber o sangue como alimento, como fazem as pessoas que não querem engordar: elas não se empanturram. Tudo demais vicia! Mas é melhor mesmo deixar para outro dia, não conseguirás absorver tanta informação de uma só vez, porque estás irado e com aversão a tudo. Até por que, já vai amanhecer.
*- No momento o que tenho em mente é que os Humanos são alimentos.
- Ah ele não tem jeito Senhorita! Magno termina o que iria fazer já está me aborrecendo esse mal humor dele.
Magno que estava escutando em silêncio e fascinação pela jovem Danphiro Levantou sua espada e disse:
- Adeus amigo!
Meg transformou-se em um grande pássaro com a calda incandescente e veloz como raio levou Alejandro dali. O “AMAHRU” chegou passar bem perto raspando na asa do pássaro e Last falou:
- Lavo minhas mãos "Garoto"!
Transformou-se em demônio alado e sumiu na noite deixando Magno sem saber o que fazer olhando ao longe o fogo do pássaro que levou seu amigo....
.....
Até mais ver amigos. Shubb Raatri
Gente comentem o Blog... nem esse Magno Matias que é participante das histórias comenta aqui como pode.?
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