Solo Sagrado

Capitulo 48


Magno não sabia o que fazer diante de tantas fêmeas harpias...

O Cugano manteve a percepção ativa para sacar suas espadas a qualquer momento, mas continuou em silêncio diante daquele enorme "pássaro mulher". Aquele era o domínio do Cigano! A floresta fechada que circundava a clareira também. Muitos que entraram ali nunca mais foram vistos. Uma floresta onde reinam Elfos, vampiros, humanos com poderes, Lycans e poderosos Nefilins. Muitas histórias eram contadas sobre a Floresta negra de Laht. 
A poderosa rainha das Harpias conhecia essas histórias. Em certa época ela perdeu muitas companheiras ao tentar adentrar a "Floresta negra de Laht". Essa era a primeira vez que ela conseguiu entrar naqueles domínios, porque com o tempo ela aprendeu que quanto mais se adquire poderes, mais respeito se deve aos outros, sejam eles vivos ou mortos. A Rainha piou novamente baixinho, quase sussurrando humildemente. 
Fez-se um grande estrondo bem perto deles, mas a Rainha não se moveu não se virou para averiguar o que fizera barulho... Sua curiosidade estava fixada naquele humano que tinha tanto poder que poderia dizimá-las com um movimento. Entre ela e o Cigano algo se levantou vagarosamente, mas a rainha se manteve tranquila, aguardando. A figura que se levantava entre eles era negra esverdeada, envolta em um anel de neblina que lentamente foi se enrolando em sua base. Nesse momento Magno pegou suas espadas e firmou o corpo no solo afastando os pés e flexionando as pernas.
 A Rainha fez cumprimento repleto de delicadeza e de cortesia e pediu ao Cigano: 

_ Voce pode ajudar-me, por favor? Ninguém mais poderia... 

***

Enquanto nas terras sombrias de Laht as coisas estavam extremamente apavorantes, em Dublin também não era tão tranquilas com Alejandro que estava na casa de Megan enquanto ela o ensinava sobre a vida de um Vampiro de energia.
A campainha tocou. Alejandro estava no banho. Saiu rápido do chuveiro colocou um roupão e foi resmungando: 

- Megan! Voce esqueceu novamente as chaves? Me desculpa mas eu vou molhar seu piso para abrir a porta pra voce. 

Alejandro destrancou a porta jogou os cabelos molhados para trás e olhou para a figura que estava na soleira da porta com uma das mãos no portal e a outra segurando um casaco de couro. Alejandro fitou-a e sentiu um arrepio por toda sua espinha... Fez um movimento estalando o pescoço. (um cacoete de quando era tímido) e perguntou: 

- Está procurando Megan? Ela ainda não chegou, mas logo estará aqui. Voce é amiga dela? 

- Sim! Somos amigas meu nome é Ariany Danauta! Posso entrar? 

- Sim! Me desculpa! É que a casa não é minha, mas entre fique aqui na sala que vou me vestir acabo de sair do banho e vim abrir a porta pensando que fosse a Megan. 

- Ela não leva as chaves? 

- Sempre esquece! As vezes precisa chamar o porteiro que já conhece seu esquecimento 

Ah sim! Ela está com Malik? 

- Malik? Não conheço! Eu ainda não a vi trazer ninguém aqui. 

- Voce mora aqui a muito tempo? Com ela. 

- A duas semanas, mas sempre vim aqui e nunca vi. Com licença! 

- Esteja à vontade! 

A moça falou enquanto deixava o casaco no cabide atrás da porta, pegou uma revista na mesinha de apoio que ficava no canto ao lado do sofá e sentou-se descontraída cruzando as belas pernas roliças e começou a folhear a revista como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Alejandro deu um sorriso e se encaminhou para a toalete precisava secar os cabelos antes de ir ao closet. Ele se olhou no espelho do banheiro e pensou enquanto observava sua imagem borrada quase uma névoa: 

- "Que mulher linda! Os olhos dela me fascinaram de tal maneira que estou com meus instintos bombando". 

Ela realmente era bonita. Alta, magra, corpo perfeito, lábios grossos, pele demasiadamente clara, olhos cor de mel, cabelos muito compridos e selvagens. Vestia um mini short de couro, blusa de seda branca com as mangas viradas até o cotovelo, com os três botões superiores abertos deixando a mostra parte de seus seios fartos que estavam soltos dentro da blusa, botas capodarte, de couro cano alto, modelo Zattini. Um monumento de fêmea! 

O que deixou Alejandro encucado foi que ele estava aprendendo a usar a energia das pessoas para se alimentar e aquela bela fêmea com certeza o deixaria extasiado se ele retirasse um pouco de sua energia, ainda mais por ser bela e sensual. Mas as energias dela o repeliam de maneira gritante. Alejandro vestiu um Jeans surrado, T-Shirt básica preta, calçou os tênis e veio fazer sala enquanto Megan não chegava. Quando chegou à sala não viu a moça, seu casaco ainda estava no cabide, ele deduziu que a moça tivesse ido ao toalete e foi para cozinha preparar um drink e levou um enorme susto. A moça estava mexendo no armário da cozinha, de maneira estranha, revirando tudo, quando sentiu a presença de Alejandro transmutou-se em uma fera de dois metros e meio de altura, coberta de pelos, quebrou a parede da cozinha e fugiu. Alejandro ficou perplexo sem saber o que fazer. Que dia era aquele que estava tudo fora do controle? Nisso chegou Megan que não tinha esquecido as chaves, entrou na cozinha correndo e deu um berro: 

- O que um Lycan fazia na minha casa? 

- Um Ly... Um o quê? 

- Lycan! Um Lobisomem! 

- Era a sua amiga Ariany! Peguei-a revirando suas coisas e ela se transformou diante dos meus olhos perplexos

- Que Ariany? Não tenho nenhuma amiga Ariany Alejandro. 

- Ué... Foi o que ela disse... Como voce sabia que era um Ly... Lobisomem então Megan? 

- Pelo cheiro seu Vampiro fajuto! Voce não sentiu? 

- É... Cheiro? Não! Senti repulsa! Mesmo ela sendo linda daquele jeito, mas nem desconfiei de tal coisa. 

- O que ela queria? 

- Disse que estava te esperando e perguntou se voce estava com Malik. Quem é esse Megan? 

- Oh não! Teremos encrenca! 

- O que aconteceu Meg? 

Megan pegou o botjãozinho do lampião colocou perto da parede rebentada e o explodiu assustando Alguns vizinhos... Quando o Sindico chegou ela agarrou-se a Alejandro e fingiu estar apavorada. O Síndico tranquilizou-a dizendo que arrumaria a parede e recomendou cuidado com aquele tipo de botjão. Meg se despediu chamou Alejandro e saíram dizendo que voltariam quando tudo estivesse arrumado... Alejandro estava com cara de (não to entendendo nada

Enquanto isso na clareira : 

A Rainha Harpia sentiu a presença de um vulto a sua direita... Repentinamente estendeu as asas... A seguir deu um violento impulso e girou velozmente rente ao solo, a seguir encolheu as asas e com as garras esticadas para frente atacou o vulto... Suas pernas desapareceram em uma névoa escura, a Rainha fechou suas garras com força tentando pegar o que estivesse dentro da névoa. Mas suas garras fecharam totalmente, mesmo assim ela sentiu que suas unhas rasgaram alguma coisa, a Rainha retirou as patas da névoa e olhou suas garras e estavam vazias... Assim que tocou o solo ela deu um pio respeitoso... Olhou para suas companheiras que estavam bem mais baixo que as copas das árvores e piando alto preocupadas. Magno estava tentando se concentrar sem saber o que estava acontecendo... Àquela algazarra acabava com seus nervos... 
A Rainha empolou o peito e recolheu as asas totalmente e ficou imóvel como se fosse uma estátua magnifica! Toda Clareira estava em silêncio enquanto a névoa rodava em torno dela. A Rainha mantinha o rosto sério e compenetrado. 

Magno começou a ouvir vozes que sussurravam coisas que ele não compreendia, parecia um idioma mágico. De repente ele entendeu seu nome ser sussurrado. Magno balançou a cabeça e viu quando a Rainha caminhou lentamente para junto dele enquanto a neblina foi tomando toda clareira, girando suave... Até que o som se tornou nítido e Magno pôde ouvir e entender sem esforço. Ele sentia intimidade naquela voz, como se já tivesse feito parte da infância dele ou das suas lembranças desconhecidas. A Rainha deu um pio suave e tranquilizador em resposta e a voz pôde ser ouvida: 

= O que a grande Rainha das Harpias veio fazer entre os mortos? 

_ Vim ouvir as sábias palavras dos espíritos e buscar ajuda com o mago. 

= Que ajuda a Rainha busca? 

_ Em breve haverá uma guerra tão grande que ultrapassará a guerra dos vivos. 

= Sabemos sobre ela. Estarão no meio da guerra dos vivos diante da sua traição e do abandono. Nós os espíritos de Laht juramos nunca mais nos envolvermos, mas voce veio em busca do meu neto e por isso eu precisei me intrometer. Como não participar de algo tão grandioso como proteger meu neto? 

Uma brisa assoviou muito tranquila levantando a neblina com muita leveza e no meio da clareira uma figura diáfana se avolumou.. Tão... Transparente que possibilitava a passagem da luz através de sua massa compacta e pelo soprar do vento se anulava, perdia as formas, e logo após se refazia sem que houvesse prejuízo na percepção das formas... Magno podia ver os olhos e havia poder naqueles olhos que mudavam com a brisa. Havia dignidade naquela forma que bailava. A Rainha reverenciou com uma mesura majestosa e disse: 

_ Eu não sabia que se tratava de seu descendente, sabia apenas do seu poder. 

= E querias leva-lo para um jogo sujo de traição e poder? Poder é poder, ou voce tem menos ou tem mais. Poder subjuga amigos e inimigos... Traição... O que devemos conhecer mais Rainha, aos amigos ou aos inimigos? 

A Rainha ficou em silêncio encarando aquele rosto dançante. Magno deu a mão a ela instintivamente. De repente a forma indefinida se tornou nítida... Magno balançou a cabeça lembrando-se de uma fotografia que sua mãe guardava. Aquele era o Velho "Kaku" que transformou sua mãe em tigre, mas ele não era seu neto então Magno falou: 

_ Eu sei quem é voce! Eu não sou seu neto. 

= Não seria se nada daquilo tivesse acontecido, Mas quando dei meu espirito para amenizar o feitiço na sua mãe, ela se tornou minha filha. E um filho de alma é mais que um filho de sangue. Eu apenas fiz o que era minha lida. Eu era um coletor de almas. Mas percebi o quanto estava errando quando vi que o enfeitiçado era indiretamente o meu neto. Tentei consertar, mas não consegui. Tenho te protegido e a todo seu povo como posso e passei a voce todo meu poder. 

- O que? Eu não quero ser um coletor! 

= Voce não será um coletor. Apenas um mago como já lhes foi mostrado em diversas ocasiões. Lapidado com o espirito Élfico do Rei elfo de Uhat. 

Magno estava perplexo achando tudo aquilo inacreditável. Como assim falando com um espirito que não era sua mãe. A Rainha tomou a frente e disse: 

_Sinto-me honrada em estar na sua presença grande Cigano! 

- Também me sinto honrado com a sua, mas não sou esse “grande cigano” que voce diz. Sou alguém que faz tudo por seus amigos e por sua família, somente isso. 

_ Não vou discutir com voce sobre isso, se é assim que se sente, mas voce precisa me ajudar a salvar o mundo. 

- Todos me dizem isso! Já estou ficando aborrecido! 

Quando Magno terminou de falar ficou sem graça, porque a Rainha estava com o bico semiaberto a cabeça baixa e totalmente submissa. E a figura de neblina falou: 

= Meus filhos! Seus caminhos os levarão aos seus objetivos! Mas saibam que os inimigos também têm seus videntes. Mas esse futuro pode ser alterado, dependendo da forma como voce o observa e se deixa afetar por ele. Bem junto de ti tem um amigo que está pronto a te trair. 

- Meus amigos? Não mesmo! Eu confio neles 

= Eu sei! Mas ele só te trai quando adormece, está sendo manipulado. 

- Por Kali quem é? 

= Não posso te dizer, pois podemos estar sendo observados nesse momento.  Voce logo irá descobrir. 

Havia uma dignidade dolorida e tocante ali entre eles. Um silêncio poderoso e profundo perdurou por algum tempo. Por fim o “Kaku” olhou diretamente para Magno denunciando uma grande dor exalando de toda neblina. E ele falou: 

= Todos esse anos continuamos a errar... Agimos com nobreza dentro do que acreditamos ser realidade... Quando estamos sempre errados... Nada mais se pode afirmar sobre o que acreditamos.... 

E novamente o silêncio reinou! Até que Magno pareceu crescer e em seus olhos surgiu uma dignidade maravilhosa. Todo seu porte se alterou e ele pareceu realmente um poderoso Mago. Ficou olhando sério para o “Kaku” depois falou: 

- O que fizemos seja o que foi feito. Como a palavra diz: está feito! Todos nós agimos de acordo com o que acreditávamos no momento, então, não existe tempo para arrependimentos. Quanto a voce Rainha: o que precisava saber para sua batalha já sabes? 

_Não! Tem uma coisa ainda! 

- O que seria Majestade? 

_ Essa será uma grande guerra mágica... Precisamos de voce! 

Magno olhou-a tranquilo, em paz. Ele percebia o quanto estava diferente. Não era aquele cigano sem propósito que chegou à clareira sentindo-se perdido. Ele estava livre dos pesadelos. Seria uma grande honra atende-las, mas precisava antes saber quem era o traidor. Após um grande tempo em silêncio e sentindo as energias mágicas fluindo em seu corpo. Magno disse com toda certeza de sua alma. 

- Eu Magno Matias no direito de neto do grande Kaku Sandoval ordeno que todas as almas sejam restituídas, para que sejam julgadas justamente no grande livro: 

Com uma suave brisa e muita neblina as almas que fora entregues pelo “Kaku”  apareceram gradativamente e foram se formando ao lado dele num grande semicírculo, e com carinho foram unindo gentilmente as mãos. Magno levantou sua espada e recolheu toda eletricidade que encontrou nos arredores. A Rainha deu um pio poderoso e suas companheiras se aproximaram e com majestade foram abrindo suas asas, tocando as pontas das mesmas e fecharam o circulo. Magno direcionou a energia que recolheu para dentro daquele circulo... A energia cresceu dentro do círculo, fluindo de asa em asa, de ser em ser, de alma em alma e subitamente a energia explodiu e uma onda poderosa que varreu toda a neblina... Os espíritos se desfizeram indo para seus lugares de direito, restando apenas o rosto do “Kaku” que fixava os olhos em Magno num agradecimento mudo, e também se desfez suavemente. A Rainha piou com suavidade e suas harpias impulsionaram para o alto e ficaram vigiando além das copas das árvores. A Rainha se encaminhou para o local onde pousou quando chegou. Porque aquela clareira era um solo sagrado e em solo assim, deve-se sair do mesmo lugar que chegou, para que o destino o mantenha sagrado. 
Quando a Rainha ia dar um impulso para sair Magno a chamou e disse: 

- Voce não me disse seu nome. 

_Meu nome é “Panja Moon” que significa (Garras de Lua) 

Então “Garras de Lua”! Por que guerrear? Por que tentar destruir vida para poder viver? A vida não pode ser destruída! Voce viu hoje aqui, apenas a matéria se desfaz. O tempo torna vão tudo o que tanto esforço consumiu. Só há uma coisa que perdoa o tempo: É a vida infinita. 

_Voce está certo Mago! Iremos destruir e morreremos aos milhares, mas é o melhor caminho. 

- Não! Não é! Vá até teu povo e aos que querem a luta e deixe seu coração falar. Se nem assim conseguires paz eu ajudarei voces a dizimá-los. 

E a Rainha partiu com suas companheiras..... 

Shubb Raatri Queridos amigos até mais ver.



Ruby Chubb

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