Os Sentidos de Perigo Falharam...


Batalha Final 


 4ª parte 

Depois do episódio com a criatura que Sigel era incapaz de dizer com que se parecia, mas que ela podia jurar que fosse uma criação diabólica do Almodoha. Salvo pela inteligência que ele possuía e criações obscuras atendem ao seu mestre, mas não possuem inteligência. Ela pensou feliz que mesmo sem poder usar seu poder mágico ela era muito poderosa e perspicaz. Sigel se concentrou no caminho que precisava refazer para encontrar seu amigo... Teria que voltar pelo pântano pegajoso pois não sabia onde ele teria se dispersado dela. A Elfa andava com cautela usando o canto do olho para ver todo o local quando de repente fez: 


- Óh óh... 

As trevas desabaram sobre o caminho que ela seguia e um furacão caiu sobre ela.

E a teria derrubado se o “Cyclon” não fosse um de seus poderes arcanos. Instantaneamente ela desfez o furacão e empunhou sua espada. Claro que alguém não estava de brincadeira com ela... Sigel olhou para todos os lados balançando suas duas tranças douradas retinhas e finas como teias de aranha numa cabeça que ela sacudia de frustração em meio a adversidade do caminho que precisava fazer na escuridão. Sorte que ela era um elfo e podia ampliar sua visão noturna...




Capitulo 55


Enquanto Sigel procurava por Magno ele estava sendo carregado pelo vampiro morcego num voo alucinante pela montanha amaldiçoada. O morcegão era muito forte e o Cigano tinha instruções para não usar seus poderes arcanos. Mas quando chegou a certo ponto da montanha ele viu outros morcegões voando sobre o local... Eram muitos!  Alguns deles chegavam perto e o morcegão que o carregava lhes enviava algumas mensagens usando chiados e os morcegos partiam para outros lugares. Magno olhou para baixo e viu o que eles faziam. Rasgavam os colonos e se alimentavam de suas vísceras. Magno percebeu que estava em perigo e resolveu então se livrar daquele Vampiro antes que fosse devorado. 
O Cigano viu acúmulos de nuvens muito ionizadas que estavam perto e puxou uma grande descarga fazendo com que vários raios acertassem o seu corpo eletrocutando o seu condutor... O morcegão urrou e chiou ensurdecedoramente! Mais pela surpresa do que pela dor causada pelo choque, e instintivamente soltou Magno que caiu vertiginosamente de encontro ao solo... Antes de chegar ao solo ele usou sua “Magnus” para enviar uma carga contra as nuvens para rebater os raios em seu corpo e aumentar a potência.  Em seguida, causou uma grande descarga de encontro ao solo que serviu como um bolsão de ar que suavizou a queda...

Mas nem teve tempo de ficar feliz. O vampiro morcego chegou junto com ele e agora muito mais sádico em capturá-lo.

Sentindo qual seria o desfecho do embate, o cigano rapidamente criou um campo de força elétrico em torno dele. O morcegão com dentes enormes e serrilhados, chocou-se com o campo de força e grunhiu alto. Em seguida o ser asqueroso levantou voo. Magno percebeu a tentativa de fuga e sem ter tempo para pensar muito, porque ele não queria que aquele morcegão pegasse um de seus amigos. Então para ser tão rápido quanto, ele transformou-se no tigre e partiu ao encalço do seu alvo na mesma velocidade que ele. As duas feras se locomoviam em velocidade impressionante... O vampiro morcego gigante voando e o tigre em disparada pelas encostas íngremes da Montanha amaldiçoada.
Enquanto o tigre desembestado na carreira não via mais nada a não ser seu alvo  Os "Vampiros amigos" em um voo e outro para caçar as sombras acompanhavam a caçada do tigre a distância enquanto destruíam os seus alvos. Eles podiam saber onde estava o tigre pela poeira que se elevava enquanto ele passava a toda velocidade pelos aclives e declives que compunham o cenário desértico da ”Montanha Branca”. 

O grande tigre  quebrava  o silêncio sem vida das montanhas amaldiçoadas com as  batidas das patas no chão e com o som abafado da sua respiração. O morcego deu um voo rasante sobre a cabeça do tigre,  entrou em uma pequena caverna e desapareceu dentro dela.  O tigre chegou logo em seguida  entrando bem devagar, Sunahara estava sendo guiado pela mente lúcida do Cigano e aquela era uma caverna desconhecida, ele foi adentrando e buscando seu oponente, cautelosamente, enquanto sua visão aos poucos se acostumava ao ambiente sombrio. Sunahara retomou a forma humana, empunhou “Magnus” e na ponta da espada, raios azuis iluminavam o ambiente da caverna. Magno olhava cauteloso a estrutura das paredes com cavidades estranhas como nichos... E a grossa camada de poeira que se acumulava no chão. Ele seguiu para o fundo da caverna continuando a perseguição.  O Cigano percebeu, que em determinado momento, houve alteração na poeira, como se alguém tivesse deslizado... E dali para frente, as pegadas passaram a ser humana. O grande morcego  havia retornado à forma humana. 

Não demorou  muito e Magno encontrou  um humano que parecia acuado no canto da caverna... Ele segurava um cajado em uma das mãos e uma espada na outra.  Magno se aproximou cuidadosamente, ele sabia que aquele humano não estava acuado coisa nenhuma! Não alguém que parecia tão poderoso a momentos atrás. Enquanto Magno se aproximava o  humano o encarava furioso e com olhos infernais. Nenhuma palavra foi dita durante essa aproximação. Os dois estavam cada vez mais próximos, o combate estava na eminência de ter início... As distâncias entre eles se encurtaram, mas antes que um deles falasse qualquer coisa ou iniciasse o combate, o Cigano sentiu uma estocada violenta em suas costas... A dor foi  lancinante...  Magno olhou para baixo  e viu apavorado  uma espada surgindo do seu peito, banhada com seu próprio sangue. Aquilo não podia ser real... Ele não sentiu a proximidade de ninguém e seus sentidos sempre o avisam do perigo eminente...

Instintivamente ele retirou energia do solo da caverna... Bem na hora que o humano soltou uma gargalhada zombeteira...  O Cigano tentava com todas as suas forças não tombar perante o ferimento e tentava cauterizar a ferida mesmo antes de retirar a espada... Para não perder muito sangue e cair diante do Humano. Aquele humano era um vampiro!!  Então, em silêncio absoluto, assim como entrou em seu corpo, a espada que o atravessou foi retirada por quem o estocou e Magno pôde ver o espectro que o alvejou covardemente pelas costas. Era um dos mortos "revividos" por Almodoha que o olhava com olhos vazios. Magno foi perdendo as forças lentamente... Suas pernas não mais o sustentava e ele foi abaixando até ajoelhar-se no chão, apoiando-se em sua “Magnus”, mas com a mente turva demais para reagir... O humano se aproximou bem do Cigano e disse:

- Não me subestime humano! Eu nunca estou só! E agora EU vou me livrar de você! Mas antes quero saber quem é voce e que poder é esse que voce possui.

O Humano estava triunfante vendo o sangue do Cigano escorrendo abundantemente. Magno pensou que seria seu fim, porque aquele humano era o morcego vampiro e ele era um prato feito...
As forças do Cigano foram deixando seu corpo...  Sua “Magnus” apagou, deixando a caverna que antes estava iluminada, totalmente as escuras. De repente! Um clarão estrondoso seguido de um poderoso raio saiu da boca do Cigano e partiu em direção ao humano jogando-o contra a parede. 

O espectro que o feriu se desfez em fumaça negra, mais negra que a própria escuridão da caverna e desapareceu. Depois daquele grande esforço Magno começou a sentir uma sensação de leveza indescritível! Fechou os olhos enquanto tentava se manter alerta... “Magnus” caiu da mão dele... 
Sua mente começou a vagar pelas experiências que teve desde que completou dez anos de idade...  Tudo que viveu e aprendeu até aquele dia...  Seus olhos fechados prendiam na retina seus amores, seus amigos... Um calor vindo de seu interior, leve e confortante o envolveu... Seu corpo relaxou e a sua mente apagou, Tudo aconteceu rápido demais... Entretanto aquele torpor manteve seu corpo ajoelhado, com os braços largados ao longo do corpo... E a cabeça baixa...

Do lado de fora os "Vampiros Amigos" lutavam preocupados com Magno dentro da caverna... Sem saber que o corpo do seu valoroso amigo estava ali na escuridão daquela caverna, inerte. E que seu sangue esvaia e penetrava na poeira acumulada do solo sabuloso da caverna....


Continua.....

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