Acontecimentos

Palavra do Autor: Retorno

Nada na nossa vida ou na nossa existência acontece por acaso. Nem o bem, nem o mal. Isso é: Por mais difícil que possa parecer, certas coisas que acontecem em nossas vidas, mesmo que tenha uma grande gravidade. Sem dúvidas tem uma razão ou um conjunto de razões por trás. Pois cada ação nossa tem o devido retorno na altura certa, ou seja, não sabemos o que fizermos em algumas encarnações, nem tampouco nos lembramos se fizemos algo de ruim ou bom. Tem vezes que nem lembramos de coisas que fizemos a vinte ou trinta anos atrás. Daí a nossa surpresa quando alguém diz que estamos pagando pelo que fizemos... Como assim? 


Capitulo 47
***

Após ter deixado Magno sozinho Last encontrou Sigel que ia para Laht procurar seu amigo Cigano, ela estava totalmente sem ação...  O Vampirão então foi ao seu auxílio

-Hey Elfa o que aconteceu com você?

- Comigo? Eu não sei. Quem é você?

- Como assim quem sou eu? Last o seu amigo vampiro. Aquele que você alimentou tantas vezes. Por sinal tem um gosto exemplar!

- Alimentei? Como assim?

- Ora Elfa! Da única maneira possível, me dando seu sangue élfico puro e perfeito.

Sigel começou a dar passos para trás sem entender como poderia ter alimentado um vampiro sem comprometer sua integridade élfica. Last leu sua mente e percebeu que algo muito estranho havia acontecido com a elfa e perguntou tentando parecer o mais tranquilo possível. 

- Sigel querida para onde você está indo?

- Procurar Magno! Preciso de ajuda para voltar para casa. Despertei junto do rio sem conseguir voltar. acho que o portal se fechou ou foi fechado por alguém. Estou me sentindo estranha, nem sei o que eu fazia em Uhat.

- E Elessar? Por que não o procurou? Seria mais sensato.

- Quem?

- Ah não! Voce realmente está mal. Venha vou levá-la até o Cigano.

Mas Sigel não confiava nele... Ser transportada por um desconhecido vampiro, sabe-se lá para onde. Last percebendo a relutância da elfa e explicou a ela que o Cigano era seu Pupilo, que sempre batalharam juntos e que algo muito ruim havia acontecido com ela para que tivesse perdido parcialmente a memória. Ela disse que não tinha perdido a memória e Last falou.

- Claro que perdeu Elfa! A maior prova de você ter perdido a memória foi ter esquecido Elessar!

-Por quê? Que importância tem esse Elessar para que seja tão estranho assim que eu não me lembre dele?

- Elendil Elessar é o seu amor! Você ama esse elfo como conseguiria esquecer se não fosse por um motivo muito grave?

-Meu amor? Eu não amo nenhuma pessoa em especial assim Senhor Last!

Retrucou Sigel com seus olhinhos élficos arregalados ao máximo, provocando algo estranho naquele vampiro tão áspero e intransigente. Ele pegou-a num relance e levou ate o palácio de Elessar. Antes mesmo que ela respirasse e se lembrasse de como é poderosa. Quando os elfos sentiram a presença de uma criatura da noite em seus domínios prepararam-se para batalha, mandando que as fêmeas se escondessem. Adhena-ha a elfa que cuida de Elessar pediu que se acalmassem, pois se tratava de um amigo. Last tinha sempre o cuidado de não se aproximar tanto do palácio, mas naquele dia entrou e foi até o salão real levando Sigel que esperneava. Elessar estava em reunião porque eram solstícios de verão. E também era a primeira reunião para alguns dos elfos presentes, eles se levantaram da mesa ao ver a figura obscura de Last.
 
Elessar levantou-se rápido, se pôs diante de Last e pôs a mão no seu braço. Todos entenderam que era uma saudação amiga e sentaram-se para esperar a volta do Rei. Os elfos entendem que aquela vibração élfica é um sinal de amizade. É transmitida pelo selo vibral e permite a quem toca e a quem foi tocado entrarem em contato com a natureza pelo coração. Esse contado só é estabelecido quando há uma relação de confiança. É como se estivesse tocando no coração ao tocar no braço. Nessa reunião dos Solstícios estava o Rei Ranin do reino Raniano da quinta dimensão e sobre a sua égide se encontrava o Príncipe Krystali que sentiu um arrepio ao se deparar com a beleza de Sigel. Por mais que ele tentasse disfarçar foi notado por todos, menos por ela. O Príncipe disfarçou, por ver que eram amigos do Rei Elessar e ele estava honrado e sensível com o convite que permitia uma reconexão com os elfos da terceira dimensão. Seres que guardaram lugares intactos desde a origem de Gaia. 

Depois de se debater muito e nem perceber os convidados de honra Sigel se acalmou quando Elessar apoiou a cabeça dela sobre o peito e cantou. A voz do Elfo soava harmoniosa e baixinha, mas as notas perfeitas do seu vibrato invadia o salão real deixando a todos encantados. Quando a elfa estava totalmente tranquila, Elessar pegou o rosto dela entre as mãos a olhou saudoso e perguntou: 

= O que aconteceu "Bilauta"

- Obrigada por ser tão gentil, mas eu não sou sua “gatinha”

Elessar não afastou a elfa, mas seu rosto surpreso atingiu a Last que se aproximou dele e tocou no  seu ombro, dando ao Elfo a visão do acontecido. Elessar gentilmente falou. 

= Tudo bem querida! Não te chamarei de “gatinha” ! Venha quero apresentar a voce alguns dos elfos que vieram acompanhar-me nos Solstícios e colocam-se ao meu redor ou ao meu lado. Eu me faço portador dos agradecimentos deles e de nossos agradecimentos para todos os presentes, mas, sobretudo, por suas presenças respeitosas em nosso mundo. O Rei Ranin está presente assim como o Príncipe Krystali eles estão, sobretudo, felizes e ansiosos, de algum modo, por ver-nos todos aqui em Uhat portadores de nosso Amor, portadores de nossa Alegria, portadores de nossa loucura da vida, a vida verdadeira, a única. Esteja à vontade entre nós Sigel. 

Imediatamente o Príncipe se levantou e fez as honras para que a Elfa sentasse com eles a mesa redonda. Sigel não se fez de rogada. Ela era um soldado valoroso em seu mundo e muito respeitado. Ainda sem perceber o olhar apaixonado de Krystali que não passou despercebido para Elessar que ficou bastante sério. 

.... 

Enquanto isso Magno caminhava pensativo de volta ao acampamento: 

-“Santa Kali! É agora? O que será de Alejandro ele está tão desesperado com a ideia de matar alguém para "viver"”! 

Nisso ele ouviu um som de galhos quebrando... Como alguém o seguindo e tentando não ser denunciado por seus passos. Mas o cigano depois dos novos poderes tinha a sensibilidade muito apurada, a audição e o sexto sentido também. Ele parou e esperou sem se virar... Quem se aproximava fazia um chiado conhecido por Magno desde sua infância... Eram “necos” Criaturas horríveis que os “Necromantes” reviviam para lhes servir. 
Com muito cuidado o Cigano suspendeu a altura dos olhos sua espada e pôde contar oito “necos” então ele calculou que: o “Necromante” com certeza estava por perto, e tinha usado todo seu poder de criação e que a próxima criatura só poderiam ser os “cães ossos”, o que dava vantagem ao Cigano se ele fosse bem rápido. Acontece que não adiantaria acertá-los com seus raios... Os “necos” e os "cães ossos"“morrem” se forem acertados em seus crânios... Ele teria que usar a espada. 
A Vantagem, era que o Cigano estava muito mais rápido do que quando aprendeu a usar suas espadas, que foi a primeira vez que lutou seriamente com os “necos”

Os “necos” atacavam em algazarra e todos de uma vez, mas eram lentos e de fácil abatimento diferente se o “Necromante” tivesse invocado o “Golen” uma criatura gigantesca, muito poderosa e muito resistente, mas que também morreria do mesmo jeito: acertando o crânio, só que mais vezes que os cadáveres humanos cadavéricos. Os “necos”. Magno pensou: 

- "Esse “Necromante” quer me fazer perder tempo! Se ele tivesse invocado o “Golen” poderia me matar pela fúria da criatura, será que ele conhece meu poder recente? Se ele invocasse o “Golen” ficaria sem poderes por um bom tempo o que seria perigoso para ele". 

Quando os “necos” estavam bem próximos, Magno virou-se lentamente com as espadas abaixadas e o olhar atento. O pé esquerdo a frente e o direito atrás meio em diagonal caso precisasse girar rápido o corpo na luta. Os “necos” atacaram todos de uma vez... Magno invocou “Magnus eletrocutada” e usou como escudo para resistir ao impacto e conseguiu aguentar sem sair do lugar. Os “necos” caíram com o choque, mas voltaram todos no mesmo instante, sendo parados novamente pela “Magnus escudo” eles não sentiam dores... Magno percebeu que não poderia ficar naquilo para sempre e colocou a espada que estava usando na bainha. E com a outra espada e a mão nua ele contra atacou acertando vários golpes neles com a espada élfica na tentativa de feri-los e distrair o “Necromante” que de algum lugar observava a luta. Mas aqueles cortes nas peles deles eram nada. 
Magno girava, saltava e atacava aqueles seres nojentos que faziam seu estômago revirar desde que era um menino. Os “necos” atacavam e Magno revidava com sua espada élfica que colidia com os ossos das criaturas cadavéricas tantas vezes quanto ele podia, até que resolveu acabar com a diversão do “Necromante”. 

Magno se concentrou no primeiro “neco” que se aproximava dele depois de jogá-los longe... O primeiro que chegou Magno pegou o braço dele com a mão eletrocutada e puxou derrubando-o. Em seguida jogou sua espada no próximo e no mesmo tempo se tele transportou... A espada passou voando e espatifou o crânio de um deles que caiu se desfazendo enquanto Magno se materializou sobre os outros seis e com a Magnus acabou com o crânio de mais três. Girou o corpo saltando para trás e sendo perseguido pelos outros quatro que em algazarra avançavam para cima dele. O Cigano estava lutando, mas estava atento queria saber onde estava o “Necromante”... 
Dois “necos” agarraram o Cigano no intuito de mordê-lo, Magno usou o apoio e chutou o próximo que chagava com a ponta da sua bota onde estava o punhal de prata de Last e acabou com mais um. Chocou os dois que o seguravam fazendo-os caírem para trás com a pancada recheada de choques elétricos e quebrou o crânio de mais um. 
Quando os dois últimos levantaram e avançaram, Magno viu os raios verdes de Magia a uns cinquenta metros dele... Ele sabia que os próximos a atacá-lo seriam os “cães ossos”. Então o Cigano parou com os joelhos flexionados, o pé esquerdo na frente e o direito um pouco atrás, pôs a "Magnus" na frente do corpo e esperou. Quando os “necos” chegaram ele girou o corpo e quebrou os crânios deles com a "Magnus" bem na hora que surgiam os “cães ossos” vindo do ponto que Magno viu a luminosidade Mágica, um atrás do outro... O Cigano se tele transportou e materializou em seguida em cima do “cão osso” que vinha na frente e correu por cima deles, e quando chegou a uma boa distância que o separava do “Necromante” jogou sua espada no ar. Nisso os cães da frente vinha voltando para ele, Magno desapareceu novamente e se materializou em pleno ar e invocou sua magia, concentrou-a em uma das mãos e lançou na direção do “Necromante” 

- AMAHRU!!!!!!!!! 


O Poder concentrado acertou o “Necromante” sem que ele tivesse tempo de se defender e Magno pousou á poucos metros dele. O “Necromante” estava balançando a cabeça e se recuperando... O Cigano deslizou até ele pegou sua espada élfica e deu um salto mortal para chegar perto e tentou cortar a cabeça dele... O “Necromante” segurou a espada no ar, Magno cortou o braço dele com sua “Magnus”... A parte cortada caiu no chão ainda segurando a espada élfica e se desintegrou deixando cair a espada, e junto com a mão o “Necromante” também se desintegrou e os cães desapareceram. Magno falou: 

- Yesssssss Dessa vez te peguei desgraçado! 

Magno embainhou as espadas pegou o punhal no chão colocou no cós da calça, estava se preparando para voltar para o acampamento quando ouviu um som ensurdecedor que feriram seus ouvidos sensíveis... Parecia o som de cem corvos em algazarra... Magno segurou a cabeça entre as mãos e cambaleou.... Quando ele conseguiu se refazer estava diante dele uma grande Harpia... O Cigano olhou-a sem saber o que fazer... Atacar ou esperar... A Harpia piou baixinho em sinal de respeito e avançou bem lentamente em direção do Cigano que não sabia se deveria pegar suas espadas ou não... Acima dele outras harpias acompanhava de longe o que iria acontecer alertas e receosas. 
Afinal a sua Rainha estava indo diretamente ao grande Magno! Era muito perigoso! Todas as harpias sabiam que não eram histórias o que contavam sobre Laht e em especial sobre aquela clareira. 

O que elas procuravam nas terras onde os mortos que já estiveram vivos retornam num ciclo de poder e medo?

Shubb Raatri queridos ouvintes até a próxima.





Ruby Chubb

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